FATOS DO BRASIL IMPÉRIO

Bem vindo ao blog FATOS DO BRASIL IMPÉRIO. Aqui são narrados fatos da época do Império, geralmente pouco conhecidos, extraídos do livro REVIVENDO O BRASIL-IMPÉRIO, que publiquei sob o pseudônimo Leopoldo Bibiano Xavier. Leitura muito útil, que dá uma visão realista do modo como o Imperador Pedro II conduzia os destinos do País.
Você está convidado a visitar também os sites referentes ao meu livro mais recente, A VOLTA AO MUNDO DA NOBREZA, que contém mais de 1.700 fatos mostrando a atuação da nobreza em diversos países e épocas:
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Leon Beaugeste

25.5.08

00 - INTRODUÇÃO

No dia em que D. Pedro I abdicou, e os brasileiros proclamaram Dom Pedro II Imperador com a idade de 5 anos, o seu preceptor foi encontrá-lo em local distante alguns quilômetros do Rio de Janeiro. Anunciou-lhe solenemente que horas antes ele se transformara em Majestade, e o conduziu de volta ao Rio.
No caminho, começa a chover. Dom Pedro corre até o casebre mais próximo, e bate à porta com ansiedade, como faria qualquer monarca sem guarda-chuva. A voz trêmula de uma velhinha pergunta lá de dentro:
— Quem é?
Ofegante, devido à corrida, o Imperador estreante proclamou compassadamente, um a um, os seus 15 nomes:
— Abra logo, vovó! Eu sou Pedro, João, Carlos, Leopoldo, Salvador, Bibiano, Francisco, Xavier, de Paula, Leocádio, Miguel, Gabriel, Rafael, Gonzaga, de Alcântara.
— Minha Nossa Senhora! Como é que eu vou arranjar lugar aqui para tanta gente?!

Este episódio pitoresco, adaptado de uma narrativa do famoso romancista francês Honoré de Balzac, publicada em junho de 1831, pode não ser verídico em todos os seus detalhes. Os romancistas têm lá os seus direitos de usar a imaginação... Nada me impede, no entanto, de transcrevê-lo neste início de introdução a um livro com tantos episódios da vida do nosso Imperador, para explicar uma dificuldade semelhante à da boa velhinha, que me ocorreu enquanto preparava este texto: como colocar o Brasil-Império dentro de um simples livro?
Não era minha intenção, desde o início, fazer uma história completa e metódica do Império brasileiro. Para isso seriam necessários numerosos e grossos volumes. Fadados, por isso mesmo, a serem lidos apenas pelos especialistas, se tanto. Meu objetivo era coletar fatos pequenos, grandes, e até imensos, narrados em linguagem simples e acessível. Fatos pitorescos, fatos comoventes, fatos dramáticos, formando um conjunto que ajude a desfazer a imagem distorcida e negativa que em geral se tem do período imperial.
Mas queria também que o livro fosse pequeno. E aí se apresentou a dificuldade. São tantos os fatos nos 66 anos de vida de D. Pedro II, dos quais 49 como Imperador, que o texto se tornaria necessariamente longo. Tanto mais que o plano da obra incluía também fatos relativos a outros personagens do Império, especialmente os demais membros da Família Imperial. Onde arranjar lugar para tantos fatos? Não houve recurso senão limitar-me aos mais significativos. Já que não cabem todos, muitos ficaram de fora. E daí resultou o presente livro.

É possível, caro leitor, que alguns dos fatos aqui narrados lhe sejam familiares. É pouco provável que os conheça todos. Para muitos, tudo aqui será novidade. Até pensei em dar a esta coletânea o título “novidades do passado brasileiro”.
Todos os textos foram transcritos das fontes bibliográficas relacionadas ao final do livro. Em alguns casos, fiz pequenas adaptações, necessárias para atualização de linguagem ou para situar o leitor no contexto histórico em que a ação se passa. No mais, tudo está como nos originais. O número entre parênteses, ao final de cada relato, corresponde ao número da fonte, conforme a relação que consta nas últimas páginas. Em muitos casos, o episódio narrado se encontra em mais de um autor, e daí constar mais de uma fonte. Por vezes, os dados apresentados por um autor foram completados com os de outro.
Preferi não usar a ordem cronológica, por ser mais abundante o material referente ao extenso reinado de D. Pedro II, que aparece em primeiro lugar.
Como se trata de uma coletânea, com textos compilados de mais de cem autores, não é possível conseguir-se homogeneidade de estilo. Pelo mesmo motivo, alguns princípios, idéias ou apreciações enunciados a propósito de determinados fatos não correspondem necessariamente aos que o autor deste livro emitiria em redação própria. Também não se confundem necessariamente com posições ou programas de pessoas ou grupos monarquistas.

A História do Brasil, do modo como quase todos nós a estudamos, acaba sendo desinteressante, pesadona, desvinculada da realidade. E até falsa, muitas vezes. Por isso mesmo, facilmente esquecida.
Para muitos, por exemplo, só terá ficado na memória, sobre D. Pedro II, que um golpe militar o depôs, que ele morreu no exílio, e que foi sepultado junto a um pouco de terra do Brasil. E mais aquela imagem de velhinho bondoso, inevitável nos livros didáticos que todos conhecemos.
Poucos sabem, e quase ninguém se pergunta, o que fez esse homem antes de ser um velhinho. Ninguém afirma, mas fica um tanto subentendido, que ele sempre foi mais ou menos um velhinho, sem qualquer influência nos destinos do País. No entanto, ao longo de 66 anos, quantas decisões importantes, quanta dedicação infatigável, quantos benefícios enormes. A ponto de se poder afirmar que sem ele o Brasil não existiria, e em seu lugar as ambições políticas teriam produzido um mosaico de países, à moda da América espanhola. Bastaria essa impressionante unidade nacional para imortalizar um soberano e um reinado.
Neste ano em que se comemora o centenário da morte de D. Pedro II, é um dever de gratidão nacional homenagear o maior personagem da nossa história. Nesta coletânea, que se insere no conjunto dessas homenagens, os fatos falam por si; e os comentários sobre o Imperador, emitidos por seus contemporâneos ou por historiadores idôneos, não deixam a menor dúvida sobre os grandes benefícios que a Nação hauriu durante os 49 anos do seu reinado.

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Um comentário:

J.Ricardo disse...

Pró Memória! Nas comemorações do final da Guerra do Paraguai, em 1 de março de 2010, o vice-presidente do Paraguai, Federico Franco, pede a devolução do canhão "El Cristiano" para reparar a honra do povo paraguaio. Sendo um obus de grande capacidade para a época, o mesmo estreou na Batalha de Curupayti, quando o General Mitre, a frente do comando das tropas aliadas, logrou uma severa derrota e a baixa de mais de 8 mil de seus comandados. Definitivamente, dadas as proporções de formação do contingente aliado, o bronze do canhão, não ressoando mais durante os cultos, ressoou ao expulsar projéteis, para perfazer a morte de milhares de brasileiros.
Troféus de guerra, usualmente, não são devolvidos. Embora o mesmo não explicite a humilhação do antigo dono da peça, o mesmo serve para lembrar o que lá aconteceu e a bravura dos que nele participaram. Diversas peças de artilharia, mais modernas do que “El Cristiano”, também conquistadas em batalha – na II Guerra Mundial – encontram-se expostos no Museu do Exército, Forte de Copacabana, sem que, para tanto, a dignidade dos países do Eixo fosse contestada.
Se é para agradar o governo do Paraguai, devolvendo “El Cristiano”, que façamos uma troca: que os paraguaios nos devolvam o Navio de Guerra Rio de Janeiro, da Esquadra Imperial, que se encontra exposto em memorial perto de Assunção? Se isso continuar assim, daqui a pouco, o Governo Brasileiro vai trocar o nome da cidade de Duque de Caixas, da Praça General Osório, da avenida Almirante Tamandaré, da Rua Toneleiro, da Rua Almirante Barroso, da Praça Marcílio Dias, do Humaitá, da Rua da Passagem, da Rua Mena Barreto, da General Polidoro, da Visconde de Pirajá, etc. Todos esses nomes recordam nosso Glorioso Passado Imperial, que por azar dos paraguaios, lembra um período totalitário da sua história, que eles deveriam esquecer.
NÃO A DEVOLUÇÃO DO CANHÃO "EL CRISTIANO"! O CANHÃO É NOSSO!
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